Dra. Caroline Aguiar Neurologista

“DRA., O QUE QUER DIZER DISTONIA?”

A distonia é um sintoma neurológico caracterizado por contrações musculares involuntárias, que causam movimentos repetitivos ou posturas anormais. Essas contrações podem afetar uma única parte do corpo (distonia focal), várias regiões (distonia segmentar) ou o corpo todo (distonia generalizada). A distonia é relativamente rara, mas estima-se que afete cerca de 1 a 2 pessoas a cada 1.000 em sua forma focal, sendo mais comum em adultos. As causas podem incluir fatores genéticos, lesões cerebrais, doenças metabólicas ou serem idiopáticas (sem causa aparente).

MANIFESTAÇÃO CLÍNICA

Os principais sintomas da distonia são os movimentos involuntários e posturas anormais, que podem ser dolorosos e interferir nas atividades do dia a dia. Os sintomas variam conforme o tipo de distonia. Por exemplo, na distonia cervical (torcicolo espasmódico), os músculos do pescoço se contraem, fazendo a cabeça girar ou inclinar involuntariamente. Já na distonia de mãos, os sintomas podem surgir durante atividades específicas, como escrever ou tocar um instrumento musical. Em casos mais graves, os movimentos podem se tornar constantes e afetar várias funções motoras.

FORMA DE EVOLUÇÃO

A evolução da distonia depende de sua causa e tipo. Algumas formas, como a distonia primária (de origem genética), tendem a se desenvolver lentamente, começando em uma parte do corpo e, em alguns casos, espalhando-se para outras regiões. Já as formas secundárias, causadas por lesões ou condições subjacentes, podem surgir de forma mais súbita. Em crianças, a distonia generalizada geralmente progride rapidamente, enquanto a distonia focal em adultos pode permanecer estável ao longo do tempo.

TRATAMENTO

Em alguns casos, especialmente em formas focais, o tratamento pode proporcionar um alívio significativo, permitindo que o paciente mantenha uma boa qualidade de vida. No entanto, as formas generalizadas ou secundárias podem ser mais desafiadoras de tratar, resultando em maior impacto funcional. Embora não haja cura para a maioria dos casos, avanços nas terapias têm melhorado o manejo dos sintomas em muitas pessoas.
O tratamento da distonia é personalizado e depende da gravidade e do tipo da condição. O uso de toxina botulínica (“Botox”) é uma das abordagens mais eficazes para distonias focais, pois ajuda a relaxar os músculos afetados. Medicamentos como anticolinérgicos (biperideno e triexifenidil) podem ser usados em casos generalizados. Em situações graves, ou quando os tratamentos convencionais falham, a estimulação cerebral profunda (DBS) é uma opção promissora.

Além disso, terapias complementares, como fisioterapia, podem ajudar a melhorar a função e aliviar a dor associada à distonia. O acompanhamento psicológico também é importante, pois o impacto emocional e social da distonia pode ser significativo. Apesar dos desafios, muitas pessoas com distonia conseguem gerenciar os sintomas e levar uma vida produtiva com o suporte adequado.

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